sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

medo


Tantas vezes já quis calar os avisos que minha mente insiste enviar sobre o que sente meu coração, e desta vez não é diferente. Lutando contra uma sensação que nem sei bem de que é, de tanto esforço em não pensá-la. Acho que é medo. Talvez seja. Admitir o medo já é um bom passo. Medo de topar um dia com a ideia de que não ele já não ama e não saber o que fazer disso; ou pior, a ideia que me aterroriza e por isso vivo a evitá-la, descobrir que quem não ama entre nós dois não é ele. É, é medo de mim novamente. Medo que a ideia se concretize em meus pensamentos em algum momento que não sei profetizar, alguns rápidos instantes que podem alterar minha crença em meu mundo e meus planos de futuro... talvez como perceber em beijos pelo corpo um pedido que meu corpo já não deseje atender, ou uma lágrima que de repente esteja cansada de rolar e não queira mais chorar sua ausência presente, ou talvez simplesmente perca a força para dizer palavras contra as dúvidas no seu peito e desista. Talvez fosse melhor pensar, ser uma mulher de decisão. Mas estou tão exausta que prefiro continuar fugindo, fingindo, com medo de pensar e chegar a uma conclusão que me dê medo. Esperarei, deixarei por conta dele e do meu coração, sem interferências, e quando chegar o instante, sentirei na pele o que sinto por dentro.


Cristina Menezes

Nenhum comentário: