sábado, 27 de fevereiro de 2010

ligações


Lentas horas em rápidos dias. Sonhos dos quais não me lembro... e pensamentos que não tenho, mas sei escondidos em minha cabeça. Horas lentas. Tão lentas que quase posso ouvir o tic tac dentro de mim. A sensação estranha de pensar no dia de ontem como ocorrido há séculos, e no dia que senti o início da diluição do sentimento como sendo parte de outra vida, distante da minha. Talvez pareça distante porque o telefone não tocou em nem um dia, nem no que prometeu que ligaria, e a imagem da voz doce foi se anuviando e deixando espaço para as lembranças tristes e para as boas duvidosas. Mas essa hora lenta vai tornar esse dia rápido, e amanhã é um novo dia, com ele. Sem muitas palavras gastas em resposta ao telefone mudo. Talvez porque já não me importe com dores pequenas.


Cristina Menezes

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