terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

reciclagem


Ainda me causa estranheza o sintoma que venho sentindo já há alguns meses, essa urgência por uma rotina nova, pessoas novas, sentimentos novos e uma nova eu. O tempo torna as coisas tão viciadas a ponto de começarem a me dar sensação de enjôo, literamente... e não sei se isso é errado ou ruim, se só acontece comigo como às vezes parece ser, mas é como é, e é assim. Vem como uma grande urgência em ser estreante, em zerar meu hodômetro, como diria Martha Medeiros. E até que o novo se revele e comece a vingar para dar origem a um novo ciclo, eu prefiro ficar só, em paz com a minha confusão, mesmo convivendo com uma pequena dose de medo... medo de deixar para trás entre os objetos velhos alguma relíquia preciosa que mais tarde não conseguirei resgatar, além de mais um incerto pequeno medo, o de engavetar as memórias.


Cristina Menezes

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