quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

abraços


Acho que eu desejava um abraço. Não qualquer abraço ou qualquer pessoa, aquela e só aquela e daquele jeito, nem tão forte nem tão apertado, nem tão doce nem tão voraz, no ponto do "te quero", do "te amo" que já não queria ouvir... hoje estava mais para reacordar sensações que os ouvidos já não me garatiam. Mas o abraço não veio, veio só uma conversa amena que eu já não lembrava como começou ou como ultrapassou e tirou da memória tudo que eu ensaiara dizer. O abraço não veio e eu já nem sei mais se já o desejava naquele momento ou se achar que desejei é reflexo do vazio que a conversa amena deixou. O abraço que não existiu reproduziu-se em beijos, carinhos e muitos outros abraços que nunca existiram, além de sonhos não realizados e desejos que calei por medo de admitir que os perderia e sofreria, e sofri.



Cristina Menezes

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