Mas tinha uma alma falante,
Um coração que sussurra,
E um megafone na mão.
Às vezes lhe faltava a voz...
Mas jamais perdeu palavras,
Buscando sempre entender,
O que a boca não lhe dizia.
Ora ou outra queria gritar...
Mas o som parava na garganta,
Descia para o peito que lhe doía,
E emergia forte nos olhos.
O rapaz andava perdido...
Mas encontrou fácil a porta,
Pisando decidido na rua,
Chegou onde desejava.
Às vezes lhe faltava a voz...
Mas ele cantou para a moça,
Que andava calada, coitada,
E que agora lhe sorria.
Ora ou outra queria gritar...
Mas a moça o beijou a boca,
Que ela há muito não ouvia,
E conversaram até adormecer.
Cristina Menezes
Nenhum comentário:
Postar um comentário